domingo, 24 de maio de 2009

Madri uma cidade surpreendente!

Nossa última viagem foi com destino a Madri e Barcelona. Mas nesse pequeno texto buscaremos destacar Madri, posteriormente escreveremos sobre Barcelona.
Confesso que nossas expectativas estavam resguardadas para Barcelona, mas que doce engano, ou melhor, que doce descoberta. Madri é uma cidade cosmopolita, urbanisticamente muito bem desenhada, organizada, limpa, e de fácil mobilidade. Suas construções grandiosas, imponentes e históricas, constituem Madri, um paradigma urbano.
A experiência de conhecer museus como Prado e Reina Sofia, ficarão guardadas em nosso cognitivo para ser desfrutado ou digerido aos poucos, ou quem sabe, por uma vida toda. Estar frente a frente com Las Meninas do Velásquez, em que suas dimensões são surpreendentes, saber que Michael Focault nos proporciona uma imersão analítica de sua importância social, certamente constituiu um dos momentos mais mágicos que Madri poderia nos proporcionar. Rememorar as aulas de Sociologia em frente a Lãs Meninas isso certamente marca, como um acréscimo, de quem naquelas aulas viajava junto com Michael Focault e suas análises.
Mas, claro que o maior impacto estaria por vir. Quando falamos de Picasso estamos dissertando sobre um gênio da pintura, mas sua obra transcende qualquer temporalidade ou constituição social em que sua obra possa estar inserida. Nossa maior emoção esteve quando ficamos diante de umas das obras mais importantes de Picasso a Guernica, uma obra que retrata a guerra Civil Espanhola, encomendada para a exposição de 1937 em Paris.
Claro que sua grandiosidade enquanto tela é muito impressionante, mas seu valor simbólico é muito maior que qualquer tela. A capacidade de retratar uma sociedade através de uma pintura da forma que Picasso consegue é sem dúvidas a obra de um Gênio.
Poderíamos escrever páginas e páginas de outros pintores que tivemos a possibilidade de observar, mas esses dois em especial foram importantes para nossa formação profissional: Velásquez com a Las Meninas e Picasso com Guernica.
Madri ainda nos reservava a gastronomia, com seus bares de Tapas e Tabernas, pois o que mais chamou nossa atenção gastronômica foi o Museu do Jamón. O Museu do Jamón é um restaurante, um verdadeiro palácio do Jamón, com patas penduradas por todo o teto, um cheiro defumado pairando por todo o restaurante que é indescritível. As especialidades do Museu são os Bocadillos, e Jamón com Melão.
O Museu pode ser comparado a uma igreja, cujo seus fiéis estão cultuando uma tradição e saboreando o melhor Jamón produzido na Europa. As pessoas que fazem toda a culinária oferecida no Museu podem-se denominar de sacerdotes ou até mesmo os deuses do Jamón, onde guardam as profecias de um saber único, o corte do Jamón em finíssima espessura, controlando até mesmo a proporção de gordura extraída do Jamón. Isso não tem preço, ou dinheiro que pague a experiência vivida.
Essa viagem, certamente estará presente em nosso imaginário por toda uma vida, onde as percepções serão guardadas como uma jóia que tem valor venal, mas muito mais que valores venais, são os valores simbólicos que permearão nossas vidas constituindo nosso imaginário.

domingo, 17 de maio de 2009

O Cheiro das Laranjeiras

Chegou depois de um inverno chuvoso a primavera em Lisboa. E com a primavera chegou um cheiro especial que se espalhou pelas ruas e becos da Alfama. Este cheiro que pela primeira vez encantou-me em uma subida para casa, percurso do cotidiano que surpreendeu-me. Precisei de mais uns dias e algumas caminhadas pela Alfama para descobrir de onde vinha este cheiro que estava a transformar este bairro medieval em um lugar ainda mais encantador. O cheiro que se espalhou pela Alfama nos primeiros dias da primavera eram das flores das laranjeiras que escondidas atràs de muros ou pequenos becos estão a dar ao bairro um perfume encantador. A rua ao pé da Sé (Catedral da Cidade) com suas laranjeiras deram aquele lugar, que já é especial, um ar e um perfume ainda mais exótico. Este cheiro que está espalhado por este bairro antigo de Lisboa, espalha-se também pela Penísula Ibérica. Acho que é vestígios dos mouros que cá estiveram. Pois podemos sentir este mesmo cheiro nos jardins dos palácios árabes de Alhambra na cidade de Granada, Espanha. Ou ainda no jardim da Giralda, Catedral de Sevilla, cheio de laranjeiras e seu perfume especial. E também nas ruas da Juderia em Córdoba, que faz com que aquelas pequenas vielas ganhem um perfume encantador. Perfume este que não aparece nas fotos, mas que permanece na memória de quem lá esteve, como me descreveu tão bem o Marcelo em suas dicas de viagem para Córdoba. Com o aproximar do verão este cheiro vai pouco a pouco desaparecendo e deixando em nós a saudade de quem aqui não vai estar na próxima primavera. Mas ainda sentimos o cheiro das laranjeiras em nossa memória.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Andalucía

Estamos escrevendo sobre a nossa viagem de Páscoa! Aqui tudo pára durante este período e as pessoas viajam muito (mesmo com toda a crise e o medo dela). Fomos para o sul da Espanha, pra região chamada de Andalucía. Tínhamos estudado um pouco sobre a Andalucía, mas não tínhamos a real noção de quanto era bonita e diferente. É a região da Península Ibérica que mais tempo ficou sobre o domínio árabe. A influência árabe é visível em tudo, na comida (bares de Kebab), nas bebidas (as teterias, ou seja, casas de chá árabe) e, principalmente, na arquitetura. Na arquitetura o que mais impressiona é que os reis católicos quando tomaram esta região transformaram mesquitas em igrejas, palácios árabes em recantos cristãos. Conhecemos as três principais cidades da região, Sevilla (onde montamos nosso quartel general na casa da Glenda e do Paulinho, com direito ao convívio pacifico com a Lola, uma gata espanhola...hehehe), a cidade possui o maior Casco Viejo (centro antigo) da Europa. A semana santa é quando acontece uma das maiores festas populares de Sevilla com procissões religiosas que duram oito horas com mais de 2 mil participantes em cada passo e 1 milhão de pessoas assistindo aos passos dos santos em plena madrugada. Uma festa linda e inesquecível. Passamos dois dias em Granada, com a visita ao palácio árabe de Alhambra com direito a uma visão da Serra Nevada (ainda com neve) ao fundo. A Alhambra é indescritível e distante de tudo que temos de referência. É o poder e luxo do mundo árabe em plena Espanha católica. Fomos também à Córdoba (na Espanha e não na Argentina...hehehe) onde encontra-se a maior mesquita fora do mundo árabe e que possui no seu interior uma igreja católica. E fomos também para Ronda, uma pequena cidade perto de Sevilla que foi construída entre dois penhascos com uma ponte do século 19 unindo as duas partes da cidade, é considerada um dos lugares mais exóticos do sul da Espanha. Para ficar mais fácil de imaginar todos esses lugares postaremos em breve as fotos no nosso Flick.

Bom, mas tem a parte especial do Leonardo: a comida. Claro que comemos tudo que fosse tradicional da Andalucía. O presunto, o jámon serrano, em bares de tapas. Os bares de tapas são tradicionais no sul da Espanha. Pede-se uma caña, o nosso chopp, e ganha-se uma tapa. A tapa são pequenas porções de comida tradicional. Comemos além do jámon, papas bravas, lulas, bolinho de peixe e pequenos peixes fritos. Como não poderia deixar de comer foi o Kebab, um sanduíche de pão árabe recheado com uma combinação de carnes, uma delícia! E ganhamos uma almoço 100% Espanhol na casa da Lú e do Adrian, com direito de sopa de tomate fria, tortilla e batatas gratinadas com polvo. Além de muitas Cruzcampo, a cerveja oficial da Andalucía, uma pilsen encorpada, sangria e tinto de verano (vinho tinto gelado com refrigerante).